Estatisticas

Vou contribui para o aumento da taxa de divórcios em Portugal. Mas por outro lado há outra taxa que vou diminuir e que nunca é referenciada: a dos casais que continuam casados e infelizes.

Quando a minha mãe soube da minha separação, deixou no ar a eterna questão dos valores familiares: "Já ninguém se sacrifica pela familia", "os filhos terem de passar por isso...", "agora acaba-se um casamente só porque não se está apaixonado? E o amor?" e aí eu sai em defesa do meu futuro ex-marido, explicando que na minha opinião, o que se passa hoje em dia é que cada vez mais cada qual quer atingir a sua própria felicidade e o altruismo dá lugar ao egoísmo. E eu concordo perfeitamente com isso! Porque pior que nos divorciarmos é deixarmos andar um casamento onde o amor acaba mas que por várias razões (entre as quais a falta de coragem de tomar a iniciativa ou até pena do outro) se mantém nublado.

O meu futuro ex-marido quer fazer valer o direito de ser feliz. O meu filho tem um pai presente como nunca e eu... olha, se calhar eu estava mesmo a precisar de um empurrão destes, porque andava habituada à minha vidinha simples e nunca tive a coragem de dar esse passo.

Numa fase destas seria mais fácil arranjar defeitos nele para minimizar a minha dor, mas não posso nem vou fazer isso. Ele foi um marido carinhoso, sempre fomos os melhores amigos e ele neste momento tem as razões dele. Por isso só tenho de o felicitar pela dificil decisão que tomou e agradecer-lhe o facto de não me levar atras num casamento infeliz.